A Vida Cotidiana de um Homem de Meia Idade Comprando Online em Outro Mundo - Capítulo 09
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- Capítulo 09 - Os Prendedores de Roupa Estão Vendendo Bem
O esquema de lavagem de prata fracassou. Bem, é hora de pensar no próximo passo.
Voltei para a pousada e decidi jantar um pouco mais cedo.
— Agora que tenho um pouco de liberdade financeira, preciso comer outra coisa… Estou com vontade de comer caril. — Não que eu fosse cozinhar e cozinhar caril do zero. Seria caril instantâneo, direto da embalagem.
Pesquisei no Shangri-La. Já que tenho dinheiro agora, talvez eu gaste um pouco mais — o Conjunto de Quatro Tipos de caril Local parece bom.
É um pacote com quatro por R$16, embora R$4 por pacote seja bem caro para caril instantâneo.
Peguei um fogão portátil para ferver água para os sachês de caril e os pacotes de arroz. Depois de aquecidos, só precisei colocá-los em pratos. O lixo foi para a lixeira.
— Bom apetite.
Como esperado pelo preço alto, é picante e rico em sabor. Bem delicioso comparado aos sachês de R$1 — uma diferença gritante.
Parece que faz uma eternidade desde a última vez que comi caril, mesmo não estando aqui há tanto tempo.
Depois de comer, limpei o prato com um lenço de papel, borrifei álcool e limpei novamente com outro lenço.
O álcool deve dissolver a gordura e desinfetar, então não deve haver problema. Um germofóbico certamente teria dificuldades em outro mundo.
Com a barriga cheia, procurei novamente em Shangri-Lá, dessa vez por artigos de prata.
Como esperado, gastar de vinte a trinta reais garante uma seleção decente de acessórios de prata. Alguns têm pedras preciosas, mas obviamente não diamantes ou cristais — apenas zircônia ou vidro lapidado.
Mas mesmo assim, eles ainda teriam um valor considerável neste mundo. Comprei um conjunto de cinco itens — um colar, um broche, brincos, etc. — por cerca de R$100.
Enquanto eu admirava os acessórios que comprei, alguém bateu na porta. Devia ser a Azalea.
— Está aberto.
— Como foi hoje? … Ah! Você conseguiu muitos acessórios de prata!
— Nem pense nisso. É mercadoria.
— Eu sei, eu sei…diga, não posso pagar com meu corpo?
— Não.
— Hmph…por que não?
— Não significa não.
Ela tentou se agarrar a mim, pressionar o peito contra mim e todo tipo de coisa, mas não hoje.
Ela pareceu descontente, mas eu não posso simplesmente ceder a todos os seus caprichos.
Inesperadamente persistente, então a expulsei rapidamente. Apegar-se demais seria problemático. Quem sabe o que vai acontecer no futuro…
Se aquela recepcionista peituda da casa de câmbio viesse até mim de forma sedutora, meu coração também poderia vacilar.
——◇◇◇——
… Na manhã seguinte, tomei caril no café da manhã: caril matinal.
Isso me lembrou de quando eu estava no ensino fundamental e comia as sobras de caril da noite anterior no café da manhã, antes de ir para a escola. Mas não tenho tempo para me entregar à nostalgia.
Ainda não tenho fundos suficientes para meu plano de vida lenta nesse outro mundo. Preciso trabalhar duro.
Cheguei ao mercado e montei minha barraca — o lugar de sempre, mas nenhum novo vendedor havia chegado ainda. Cumprimentei a vizinha, mas parece que ainda sou a única recém-chegada.
Como eu estava pensando, conectei prendedores de roupa para fazer uma guirlanda e decorei a frente da minha barraca.
É bem chamativo e bonito. Nos negócios, quanto mais chamativo, melhor. Se não consigo chamar a atenção dos clientes, tenho que me esforçar para exibir.
Girar uma lanterna vermelha também pode chamar atenção, mas isso provavelmente não é viável.
Mas pintar os prendedores de roupa com cores diferentes também pode ser uma boa ideia.
Eu pendurei colares e broches de prata na haste horizontal. Espero que o brilho chame a atenção das pessoas.
Tendo se passado cerca de trinta minutos depois da abertura, sem nenhum cliente ainda, sentei-me em um banco e observei as pessoas que passavam.
Então, uma mulher de orelhas grandes, vestida de pele e com um rabo balançando apareceu andando.
Aparentemente, os homens-fera não se importam de ficar nus, mas para evitar ofender a decência pública, eles usam uma quantidade simbólica de roupas.
Sua vestimenta consistia em um colete simples de tecido e uma minissaia que deixava o rabo à mostra. Mulheres comuns costumam usar saias na altura dos tornozelos, já que não usam calcinha.
Hum, eu nunca tinha reparado antes, mas tem um monte de gente-fera por aí. Mas eles não sentem calor? Dizem que cães e gatos são vulneráveis ao calor.
Enquanto eu observava a mulher-fera, ela parou de se mover de repente.
Ah, não, será que eu estava olhando demais? Ela levantou o rabo e veio direto na minha direção.
— Olá, seja bem-vinda. — Cumprimentei-a casualmente para desviar o olhar, mas ela não disse nada, apenas cheirou ao redor como se estivesse sentindo um cheiro.
— O que é–?
— Sinto cheiro de especiarias, miau!
Miau? O rosto da mulher-fera se aproximou e, após uma inspeção mais atenta, seu rosto estava de fato coberto de pelos. Pelos pretos com um padrão de tigre.
Ela parecia mais gata do que humana. Mas especiarias, hein? Será que ela estava sentindo o cheiro do caril daquela manhã?
Se for assim, o nariz dela deve ser incrivelmente afilado.
— O que é?
— Se você tiver temperos, quero que me venda, miau!
— Ah, eu tenho algumas, mas não estão à venda, entende? Também ouvi dizer que vender temperos por aqui pode me causar problemas.
— É isso mesmo, querida. Você não quer chamar a atenção do Bacopa — interrompeu a mulher da barraca ao lado.
— Sacou?
— Miauuu. — Ela abaixou os ombros e o rabo, desanimada, mas eu não queria correr o risco de atrair a ira do sindicato das especiarias. A mulher-fera se afastou, desanimada.
Depois disso, só consegui vender seis prendedores de roupa na hora seguinte. Bom, dias assim acontecem.
Sem nada para fazer, abri o Shangri-La e comecei a ler um e-book quando uma voz me chamou.
— Gostaria de alguns prendedores de roupa, por favor.
Olhando para cima, vi uma criada de olhos puxados parada diante de mim. Ela usava um vestido longo azul-marinho com um avental branco, e o cabelo preto estava preso em dois coques em formato de rosquinha, um de cada lado da cabeça.
Ela estava brincando com um dos prendedores de roupa da amostra com os dedos.
— Quantos você precisa?
— Cem.
—Cem…? Tudo isso…!?”
— Você não tem muitos em estoque?
— Não, eu sei, mas… cem seria… vamos ver, uma moeda de prata?
— Eu sabia o preço, então trouxe o dinheiro.
Ao ouvi-la, parecia que ela era uma empregada doméstica trabalhando em uma grande mansão. Bem, se tiverem dezenas de empregados, eles provavelmente precisariam de uns cem prendedores de roupa para lavar roupa.
Aparentemente, ela viu um conhecido se gabando de ter comprado alguns, então perguntou ao seu empregador sobre a possibilidade de também comprar alguns.
— Um, dois, três… — Comecei a empilhar os prendedores de roupa formando uma torre de dez sobre a mesa. Se eu fizesse outra torre da mesma altura ao lado, não precisaria contá-los um por um — assim como acontece com as moedas.
— Aqui está! Cem prendedores de roupa. E já que é compre-seis-leve-sete, vou dar dezesseis a mais.”
— Muito obrigado.
A empregada abaixou a cabeça e começou a transferir os prendedores de roupa para a bolsa de pano que havia trazido.
— Ah, espera, deixa eu espalhá-los. Eu coloco para você. — Eu coloquei os prendedores de roupa no saco de pano.
— Muito obrigado. — Depois de abaixar a cabeça novamente, ela pareceu notar o colar à sua frente.
Ela pegou o objeto e olhou fixamente para ele.
— I-Isto é… um diamante, não é?
— Não, isso é só vidro polido. Os coloridos também.
— Vidro…
Bem, na verdade é zircônia, mas não posso chamá-la de diamante, pois não é.
— Quanto isso custa?
— Seis pequenas moedas de prata (cerca de R$300).
— Mesmo assim, é bem barato… — Ela olhou fixamente para o colar de prata com zircônias, como se pudesse fazer um furo nele com o olhar.
Ela disse que era barato, mas acho que isso significa que poderia ser vendido por um preço ainda maior em outro lugar.
— Se você gostar, posso guardá-lo para você. Mas não acho que vá vendê-lo facilmente.
— Por favor, faça isso.
— Tem certeza?
— Sim. — Ela não pareceu demonstrar muita emoção, mas como o colar chamou sua atenção, concordei em segurá-lo para ela.
A empregada saiu com cento e dezesseis prendedores de roupa nos braços.
Entendo, uma mansão grande precisaria de muitos prendedores de roupa para lavar roupa. Vender de porta em porta também poderia funcionar…
Bom, andar por aí é um incômodo, então vou ficar neste lugar.
À noite, eu não tinha vendido nada além de prendedores de roupa hoje. Mas mesmo só os prendedores de roupa renderam mais de R$500.
E também tenho um colar para vender. Vou encerrar o dia.
Enquanto eu estava arrumando as coisas, fui cercado por sombras escuras — animais peludos, quatro no total.
Os homens usavam coletes de tecido e cintos de corda com calças curtas.
Uma delas era a mulher-fera desta manhã que me farejou.
E outro provavelmente foi o homem-fera que comprou a musselina no primeiro dia.
A pelagem deles tinha vários padrões e cores. Igualzinho aos gatos da Terra, né…
— Desculpe, mas estou fechando a loja.
— Ei, patrão, cê não pode vender alguns temperos pra gente?
— De jeito nenhum, de jeito nenhum. Se eu chamar a atenção das pessoas erradas, não poderei mais fazer negócios aqui. — Balancei a cabeça para o homem-fera suplicante.
— Vamos lá, você não pode ser tão irracional — interrompeu um pedestre que passava. — Esse cara só está tentando ganhar a vida, sabia?
— Uuu… — Os homens-fera abaixaram as caudas, desanimados, diante das vaias.
— Bem, não posso evitar… — Eu reuni os homens-fera em um grupo e sussurrei um plano. — Não posso te vender temperos, mas posso te pagar uma refeição preparada com temperos fora da cidade. Isso não deve causar problemas, certo?
— Realmente?
— Mas só desta vez. Havia um rio no caminho para cá, não é? Vamos jantar na margem.
— Eba! — disseram uns. — Miaaau! — disseram outros.
Os homens-fera comemoraram e dançaram, e antes que eu percebesse, a mulher da barraca vizinha se juntou a nós com um sorriso malicioso.
— Se importa se eu for junto também, hehehe?
Que velha atrevida. Bem, acho que não tem jeito — somos todos apenas viajantes neste mundo. O nome dela era Amana, aparentemente.
Guardei minha barraca na Item Box, e nós seis — eu, Amana e os quatro homens-fera — seguimos para a margem do rio, do lado de fora da cidade.
Caminhar levaria muito tempo, então os homens-fera nos colocaram em suas costas, Amana e eu, e saíram correndo.
— Whoooaa! Tá rápido! Eiaa! — Amana e eu gritamos enquanto os homens-fera nos carregavam a uma velocidade desumana, chegando à margem do rio em um piscar de olhos. Que velocidade incrível, e eles disseram que aquela não era nem a melhor marcha deles.
Nós seis descemos até a margem do rio enquanto o céu começava a ficar roxo.
O homem-fera se preparou para acender uma fogueira enquanto eu me preparava para cozinhar.
Tirei da Item Box a mesa que eu usava na minha barraca e montei uma área para cozinhar. Coloquei dois fogões portáteis e comprei uma panela grande, uma wok enorme e um conjunto de vegetais da Shangri-La.
Também estávamos com falta de pratos e colheres. Bem, com algum dinheiro sobrando agora, posso muito bem estocar suprimentos…
Enchi a panela grande com água e coloquei para ferver. Para a sopa, optei por potage — comprei alguns sachês de sopa instantânea.
— Hã? Você tinha um fogão de sílex, querida?
Este não é um fogão de sílex, mas não há necessidade de explicar.
Os homens-fera prepararam uma fogueira para cozinhar, mas ficaria um pouco frio depois do pôr do sol, então uma fogueira seria necessária mesmo que não fosse para cozinhar.
— Sim.
— Você tirou isso de uma Item Box?
— Isso mesmo.
— Nunca vi uma dessas, sabia? — O homem-fera olhou curiosamente para as várias ferramentas que eu estava tirando.
— Eu também vou ajudar.
Como eu havia comprado os ingredientes, aceitei a ajuda da Amana para descascar.
— Você poderia fatiar esses vegetais bem fininhos? Não precisa ficar perfeito.
— Mas eu nunca vi vegetais como esses antes…
— Eles são todos comestíveis, então não se preocupe.
Eu aqueci a wok. Ao usar uma wok nova pela primeira vez, há um pequeno ritual envolvido. Assim que ela esquenta e muda de cor, você despeja o óleo e o descarta.
Vou jogar o óleo usado na lixeira mais tarde. O ideal seria dedicar mais tempo ao ritual, mas não tenho esse luxo agora.
— Acabei de fatiar os vegetais.
— Legal! Jogue-os lá dentro!
Enquanto o prato era refogado, comprei caldo chinês e molho de ostra no Shangri-La e adicionei à wok. Depois, adicionei um punhado de sal e caldo de galinha para temperar.
— A água está fervendo, miau!
Adicionei todos os dezesseis sachês de caldo de potage à panela fervente e reduzi o fogo. Esses caras provavelmente aguentam tudo isso.
O pó se solidificou rapidamente em uma pasta espessa e amarela.
— Continue mexendo com uma concha para não queimar.
— Consegui, miau!
Peguei a barriga de porco que tinha comprado antes na Item Box e joguei tudo na wok. Provavelmente restavam uns 750g.
Mas a wok era grande demais para a fonte de calor. Hora de adicionar um queimador de cassete para maior potência.
— Amana, segure esta chama sobre ele, de cima.
— Assim? — Ela parecia um pouco hesitante com todas essas ferramentas desconhecidas.
Depois que os ingredientes estavam cozidos, adicionei o caril em pó enlatado e fritei por mais um tempo.
— Certo! O refogado de carne e vegetais com sabor de caril está pronto!
— Cheira muito bem, miau!
— Ooh! Parece delicioso!
Comprei pratos suficientes para todos e fui servir as porções de caril frito e sopa de cottage.
Primeiro, peguei os três pacotes de pães variados que havia comprado antes, junto com uma bandeja grande. Empilhei eles em uma grande bandeja.
— Sirvam-se à vontade.
— Uau! — Os homens-fera exclamaram em uníssono enquanto se aglomeravam em volta da comida.
Agora, como eles avaliam esse refogado de carne e vegetais com sabor de caril de outro mundo?
