Capítulo 04
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Capítulo 4: A Escrita é Fácil
Finalmente saí da floresta. Um jovem mercador me ajudou, e cheguei a uma cidade murada chamada Daria. Passei a noite em uma pousada e dormi profundamente em uma cama macia por um bom tempo.
— Ha!
Acordei na cama, meio desesperado. Já estava escuro ao meu redor. Que horas eram?
— Droga, droga…
Não dava pra enxergar nada no escuro. Precisava acender uma luz. Vasculhei a tela do Shangri-La em busca de algo que pudesse ajudar.
Havia um LED para colocar na cabeça, algo que usava quando pedalava pela floresta com a mountain bike, mas parecia um tanto deslocado para usar dentro de um quarto.
Procurei por algo mais discreto. Velas seriam uma opção, mas a luz delas seria muito fraca. Então eu refinei a busca e encontrei um lampião.
— LED…
Os Lampiões LED eram baratos, mas pareciam tecnologia demais para esse mundo. Talvez pudesse fingir que era uma “lanterna mágica”, mas nem sabia se magia existia aqui.
Na mesma busca, apareceram opções de Lampiões a Querosene. Isso parecia mais plausível. Mas…
— Será que eles vendem querosene?
Fiz uma busca rápida por querosene e não encontrei, mas vi algo chamado Gasolina Branca. Era usada em lampiões semelhantes.
O preço do Lampião a Gasolina Branca era de R$120, é um tanto caro, mas parecia uma boa solução. Ele funcionaria por um bom tempo e seria convincente como um item comum desse mundo. Além disso, também vendiam peças de reposição.
— Tá decidido.
Comprei um lampião e um galão de 4 litros de gasolina branca por R$25. Lá se foi mais um pouco do meu dinheiro, mas, como sempre, precisava investir inicialmente em ferramentas úteis.
Quando pressionei o botão de compra, o lampião e o galão de gasolina caíram no item box com um som estrondoso.
— Vai quebrar desse jeito!
Fiquei um pouco preocupado. Será que poderia devolver caso tivesse quebrado? Duvido muito que eu possa.
Ainda estava escuro, então acabei pegando a Lanterna LED da Item Box e a colocando na cabeça. Mesmo que não fosse ideal, era o que tinha no momento.
Agora, com luz suficiente para enxergar, comecei a preparar o lampião.
Nunca tinha usado um lampião pressurizado a gasolina antes, mas tinha alguma ideia sobre o funcionamento de um lampião a querosene mais tradicional. Assim, resolvi ler o manual de instruções que veio na caixa.
— Hã…
Primeiro, era preciso bombear o combustível para pressurizar. Depois disso, vinha a parte intrigante:
— Fixe o manto e asse a seco.
O manto parecia uma espécie de rede fina que brilhava quando aquecida. Então segui as instruções, fixando o manto no centro do lampião e o aqueci com o maçarico que tinha no item box. Uma chama intensa surgiu rapidamente.
— Os mantos recém-aquecidos são frágeis e podem se desfazer com facilidade. Manuseie com cuidado…”
Depois de fechar a tampa do lampião e acender novamente com o maçarico, ele brilhou intensamente. Era impressionante, muito mais luminoso do que um lampião a querosene comum.
Ajustei o brilho girando a válvula de liberação do combustível. Quando fechei completamente, o fogo apagou.
— Consegui! Isso é bem brilhante.
Fechei os olhos por um instante para me acostumar à claridade e guardei a lanterna LED na Item Box.
Agora, a fome estava começando a apertar. Peguei o leite armazenado na Item Box. O incrível é que, mesmo guardado ali, ele não estragava. Muito conveniente. O item box agora exibia: [Leite (meio bebido) x1].
Comprei um prato fundo por R$8 e granola por R$9 o quilo. Coloquei a granola no prato, despejei o leite por cima e percebi que não tinha uma colher. Sério…?
Acabei comprando um conjunto de três colheres por R$9. Essa situação me lembrou de quando saí da casa dos meus pais para morar sozinho. Tinha um apartamento barato e vazio em Tóquio, e precisaria comprar cada coisa aos poucos. Era uma nostalgia estranha.
Depois de comer, limpei o prato usando álcool em spray e um lenço de papel. Por enquanto, era o que dava pra fazer. Quando encontrasse um lugar com água corrente, poderia lavar com detergente. Inclusive, também vendia detergente e esponjas em Shangri-La.
Agora precisava pensar no doce que prometi à Azarea. Chocolate seria estranho para esse mundo. Algo mais simples… talvez um açúcar caramelizado? Não, algo mais prático. Ah, balas tipo aquelas “Saoirse Drops”, embaladas em latinhas.
Cada lata custa R$2. Coloquei umas dez balas dentro de uma bolsinha de couro que já tinha comprado antes. O problema era o custo da bolsinha, que era cara, mas não tinha outro recipiente apropriado. Não seria correto dar os doces em uma embalagem de plástico ou aço inox.
— Espera aí…
Pesquisei por um baú de madeira em Shangri-La. Achei um pequeno, com acabamento simples e sem pintura que era como uma caixa de joias. Custava apenas R$3. Coloquei o baú no carrinho e finalizei a compra.
Com o baú resolvido, precisava de papel para as aulas de leitura e escrita com Azarea. Papel comum ou neutro seria muito chamativo. Então procurei por papel japonês tradicional e encontrei papel artesanal para impressoras.
Custa R$5 por cinquenta folhas. Papel deve ser um item bem valioso nesse mundo, não é?
— Clique aqui… comprei!
Quando eu estava fazendo meus cálculos e guardando os doces no porta-doces, ouvi uma batida na porta.
Rapidamente, eu tirei o papel do saco plástico e joguei a embalagem na Lixeira.
— Pode entrar. A porta está aberta.
Quando a porta se abre, Azalea apareceu segurando um castiçal e alguns outros utensílios, com os olhos arregalados.
— Quê? O que está brilhando tanto?
— É um lampião que usa querosene.
— Hum, mas nunca ouvi falar de um lampião de querosene que brilhasse tanto.
— Então vocês têm lâmpiões de querosene aqui?
— Temos sim. Você quer que eu traga? Vai ter um custo adicional, mas…
— Não precisa. Estou bem apenas com a minha.
— Tudo bem, eu acho?
— Ei, quanto custa o querosene aqui?
— Hum, são dois pequenos quadrados de prata por uma jarra desse tamanho. — Ela gesticulou uma panela do tamanho de uma cabeça.
Não sei o quanto vale cada pequeno quadrado de prata, mas lembro que a tarifa do quarto com comida é de um pequeno quadrado de prata.
Se custar esse tanto, acho que a gasolina branca que eu compro no Shangri-La é mais barata.
Azalea veio trotando e espiou dentro do meu lampião.
— Não é um lampião mágico, não é?
— Existem lampiões mágicos?
— Já vi um antes, a luz deles não é dessa cor, eles têm luz azulada.
Pelo visto, existe magia aqui. Como era de se esperar de outro mundo! Porém, a abertura de Status que uso também deve ser magia.
— Você está sem trabalho hoje?
— Pois é. Estou livre por hora.
Ela se sentou na cama com suas pernas penduradas.
— Ótimo. Aqui está o seu doce de recompensa.
— Doce de verdade?
Sem pensar duas vezes, Azarea pegou uma das balas que eu ofereci e colocou direto na boca.
— Doce! — exclamou, com os olhos brilhando.
Eu ri, meio incrédulo.
— Ei, mas você nem verificou antes. Tem certeza que é seguro jogar isso na boca? E se eu fosse um cara mau?
— Já faz tempo que eu trabalho com pessoas, sei reconhecer um cara mau quando vejo. Não acho que você seja um deles, Kenichi.
— Hmm… vou levar como um elogio. Mas não conte a ninguém sobre isso.
Apontei para o meu lampião, que ilumina bem, mas quando ela ouviu isso, silenciosamente estendeu a mão. Não entendi a princípio, mas acho que ela está exigindo suborno.
— Aqui, vou adicionar alguns doces.
Peguei uma lata de doces e enchi a caixa de joias até a borda com ela. Eles realmente pareciam bem lá dentro.
— Hehehe ~.
— Você é bem maquinadora.
— Minha mãe sempre me disse para tirar vantagem dos homens.
Enquanto falava de sua mãe, Azalea pegou outro doce e colocou na boca.
— Nh! Isso é tão gostoso! Só um nobre deve ter acesso a essas coisas.
Azalea colocou as mãos nas bochechas, claramente encantada com o sabor.
— Nobres, é?
— É. Melhor evitar chamar atenção com isso. Se descobrirem que você tem essas balas, podem querer tirar de você.
— Ótimo, mais um motivo para manter segredo. Agora, que tal começarmos as aulas?
— Sim, vamos!
Azalea colocou na mesa alguns papeis e uma caneta que havia trazido consigo.
— Papel é caro, sabia? Mas eu tenho o meu. Use ele.
— Hmm. Pensei em cobrar pela taxa de papel, mas tá bom…
Rimos juntos. Começamos com as primeiras letras, usando os papeis que eu havia comprado anteriormente. As letras eram surpreendentemente parecidas com o alfabeto romano. Se eu fizer uma tabela correspondente, eu devo ser capaz de me lembrar delas
— Hmm, Kenichi, você aprende rápido! Dá pra ver que já sabia alguma coisa.
— As letras daqui não são tão diferentes das do meu mundo. Acho que consigo pegar o jeito rapidamente.
— Isso vai te ajudar a se registrar na guilda comercial. É obrigatório saber ler e escrever, sabia?
Fiquei aliviado. O que parecia ser um obstáculo enorme estava se resolvendo mais facilmente do que eu imaginava.
— E você, Azarea, nunca pensou em fazer negócios? Já sabe ler e escrever. Isso é metade do caminho.
Ela me olhou com um brilho divertido nos olhos.
— E você sabe qual é o segredo mais importante para ser um bom comerciante?
Pensei um pouco antes de responder.
— Um bom fornecedor?
— Exatamente! E você, Kenichi, tem fornecedores incríveis — onde mais alguém conseguiria essas balas ou esse lampião? Se eu fosse você, trataria de guardar bem essas conexões. Isso pode fazer toda a diferença nos negócios.
Ela estava certa. Talvez eu já tivesse uma vantagem, só precisava saber como usá-la. Entendi.
— Mas eu não acho que o Kenichi vá conseguir ter sucesso nos negócios. Será que ele vai ser um candidato a amante daqui para frente?
— Não faça isso. Eu não sou tão velho quanto seu pai.
— Eu não tenho pai.
— Oh, é mesmo… esperto.
Droga, é uma armadilha.
— Tudo bem. Ken, você é um bom homem.
Fiquei um pouco sem jeito, então decidi fazer um esboço dela para enganá-la. Eu posso ser um negociante amador, mas também sou um desenhista profissional.
Comecei a desenhar croquetes com papel e caneta.
— Azarea, não se mexa.
— O quê?
Em cerca de 10 minutos, o desenho ficou pronto, então mostrei para ela. Foi um retrato de Azalea iluminado pelo lampião.
— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Não posso acreditar! Ter um retrato assim é como ser uma aristocrata!
Ela segurou o quadro no peito e ficou muito feliz. Não esperava que ela fosse ficar tão feliz.
É bom ver alguém feliz, mas, por algum motivo, Azarea começou a se despir. A nudez branca flutuava na luz da lâmpada. Uma sombra clara de branco e preto destacava o formato dos membros.
Quando ela tirou o casaco e a saia, ficou repentinamente nua, então parece que não há nada como roupas íntimas neste mundo. Por isso, todas as mulheres da cidade usavam saias longas.
— Ei, o que você está fazendo?
— Você me deu doces e um retrato. Tenho que retribuir de alguma forma.
Sério? Será que isso é o certo a fazer logo de cara, quando eu cheguei a esse outro mundo…
… Na manhã seguinte.
No final aconteceu… Na cama, Azalea estava estava nua, respirando suavemente.
— Hah… o que estou pensando? Fazendo com uma garota tão jovem…
Mesmo estando deprimido, há algo que eu preciso fazer. Levantei o selo e comecei a oferecer granola com leite.
— O que é isso? Está crocante, doce e delicioso!
— É uma conserva de viagem. Como é desidratado, dura por dias.
Azarea estava comendo a granola nua. Eu gostaria que ela se vestisse antes de continuarmos a conversa…
— Acho que isso também pode vender — ela disse.
— A receita usa açúcar e frutas. O povo comum não vai comprar nada muito caro. Também não quero me envolver com nobres.
Azarea comentou que ao comer doces, ela se sentia como uma nobre, então, talvez o açúcar também seja um produto precioso. Por isso, não seria barato.
— Uau! Está realmente delicioso. Acho que pode ser vendido para os ricos. — ela disse.
— Se for popular entre os ricos, com certeza vai chegar aos ouvidos dos nobres, certo?
— Isso também é verdade.
Uma garota de 18 anos, comendo normalmente.
Depois, comecei a perguntar sobre as moedas. De acordo com o que eu sabia do meu mundo, parecia que uma moeda de cobre valia cerca de R$10.
Cinco moedas de cobre formavam um pequeno quadrado de prata (R$50), dez pequenos quadrados de prata formavam uma moeda de prata (R$500) e quatro moedas de prata formavam uma moeda de ouro (R$2000) — ou assim parecia.
No entanto, o sistema monetário parece variar de país para país.
… Isso significa que o aluguel aqui custa R$30 ienes por dia. Bem, para um quarto sem refeições, R$30 parece certo.
Mas eu tinha gasto dinheiro ontem também, então eu precisava ganhar algum dinheiro logo. Depois de comer, eu teria que visitar a Guilda dos Mercadores.
Ontem à noite, enquanto conversava com ela, notei algo interessante. Minha tela de status parecia ser invisível para ela.
Aparentemente, só eu conseguia ver. E se eu colocasse um pedaço de papel com algo escrito na Item Box e o selecionasse, o texto seria exibido na tela.
Isso significava que se houvesse algum teste durante o registro da guilda, eu poderia trapacear livremente armazenando materiais de referência na Item Box.
Depois de terminar sua refeição e se vestir, Azalea aceitou a moeda de prata que paguei pela hospedagem de hoje e me deu o troco. Eu ainda tinha algumas moedas de cobre, mas queria trocá-las.
Coloquei todo o dinheiro na Item Box — ela convenientemente exibia o número total de cada moeda.
Ao retirar vários itens do mesmo tipo, ele até perguntava: “Quantos você gostaria de retirar?”
A taxa de registro da guilda era uma moeda de prata, eles disseram, o que equivale a cerca de R$500… É bem caro, mas não é um preço que eu não possa pagar.
Primeiro, preciso me registrar na guilda e fazer uma pesquisa de mercado.
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